1965
José Rufino (José Augusto Costa de Almeida) nasceu em 3 de julho, na cidade de João Pessoa, Paraíba. Único filho de Antônio Augusto de Almeida, engenheiro civil, e Maria Marlene Costa de Almeida, artista plástica graduada em filosofia.
Foi marcado pela insegurança dos tempos de repressão posteriores ao golpe militar, pois seus pais eram militantes em movimentos sociais.
Sua infância dividiu-se entre a cidade de João Pessoa, o engenho Vaca Brava, na região serrana de Areia, e a Fazenda Riacho da Cruz, no Curimataú, semiárido da Paraíba. Essas regiões distintas, vivenciadas pelo artista, foram importantes para a criação de um amplo repertório de formas oriundas da natureza e dos universos escriturários e manuais.
Engenho Vaca Brava, Areia, Paraíba.
1970
Produziu, pela primeira vez, uma série de manchas à maneira de Hermann Rorschach (1), como tarefa da escola Domingos Sávio, hábito que retomou muitas vezes a partir dos anos 1980, tornando-se uma das principais ferramentas de seu trabalho.
1978
Fez um curso de Iniciação às Artes Plásticas na Coordenação de Extensão Cultural da Universidade Federal da Paraíba.
1979
A morte do patriarca José Rufino, seu avô paterno, encerrou um importante ciclo de sua vida. As lembranças do avô e do mundo rural dos engenhos de cana-de-açúcar se transformariam em matéria-prima fundamental para grande parte de seus trabalhos.
1983
Ingressou no curso de Geologia da Universidade Federal de Pernambuco e passou a residir no Recife, Pernambuco, onde se envolveu intensamente com o movimento estudantil. Data dessa época o despertar para a poesia, especialmente seu gosto por poesia experimental, concreta e visual, bem como pela arte postal. O convívio com artistas e intelectuais pernambucanos, como Jomard Muniz de Britto, e com poetas e artistas que frequentavam sua casa, foi fundamental para o ingresso de Rufino no mundo da arte e pela construção do seu repertório.
1984
Herdou a biblioteca e a extensa correspondência do avô, que mais tarde se tornou material para as longas séries de desenhos e instalações.
Iniciou seu percurso artístico realizando trabalhos esporádicos de arte postal.
Participou da “Exposición Internacional Arte-correo” no Centro Cultural Bernadino Rivadavia, em Rosário, Argentina, com curadoria de Jorge Orta.
1985
Fez parte da mostra de arte postal “1984 despuès de 1984”, na Galeria de la Casa del Lago, na Cidade do México. Participações em outras mostras de arte postal não têm documentação.
1988
Esteve presente na mostra “Natureza é vida”, organizada pelos Institutos Paraibanos de Educação em João Pessoa, época em que começou a preocupar-se com o meio ambiente e a integrar as ações para a sua preservação, através da Associação Paraibana dos Amigos da Natureza.
Participou da exposição internacional de arte postal “Liberality”, em Bucareste, Romênia, com curadoria de Pantea Rares.
Ganhou seu 1° prêmio, no concurso Cartaz da Semana da Biblioteca, da UFPE.
Publicou poesias em coletâneas em jornais do Recife e de João Pessoa, geralmente abordando temas que se tornariam recorrentes em suas obras. Na poesia “Arquivo”, o artista anteviu, ao mencionar “gavetas de esquecer/gavetas de relembrar”, o que retomaria em obras como Respiratio, Vociferatio e Sudoratio.
1989
Participou do evento/exposição “Tempos e espaços dos abismos II”, organizado pelo artista multimídia Jomard Muniz de Britto, na Galeria Metropolitana de Arte Aloísio Magalhães, no Recife.
Integrou a 1ª Exposição Internacional de Arte Postal Solidariedade, organizada pela Associação José Afonso, no Museu de Setúbal, em Portugal, como parte do Festival Cantigas de Maio.
Fez parte do Projeto Agenda de Exposições e recebeu o 1º Prêmio no II Salão de Novos Artistas Plásticos da Paraíba, ambos na Galeria do Serviço Social do Comércio em João Pessoa. Recebeu, ainda, o Grande Prêmio Cidade de João Pessoa no IV Salão Municipal de Artes Plásticas, que aconteceu no Núcleo de Arte Contemporânea.
Participou do Salão de Artes Plásticas de Pernambuco, edição 1989, no Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda.
Da série Cartas de Areia (1990)
1990
Instalou-se em São Paulo para fazer pós-graduação em Paleontologia na Universidade de São Paulo – USP. Data dessa época a produção do maior número de desenhos da série Cartas de Areia (2), grande conjunto de obras, primeiro realizadas sobre envelopes e depois sobre cartas herdadas pelo artista.
Realizou exposição conjunta com o artista Cláudio Santa Cruz, intitulada “Infinitamente”, que ocorreu no Núcleo de Arte Contemporânea em João Pessoa, onde apresentou releituras de desenhos feitos na infância e um conjunto de grandes pinturas.
Participou da II Mostra Arte Atual Paraibana, no Espaço Cultural José Lins do Rego, e expôs na mostra Arte Sobre Papel II, na Galeria Gamela – ambas em João Pessoa.
1991
Adotou o nome de seu avô paterno, José Rufino, como nome artístico e entregou-se à seleção e trabalho sobre os envelopes das cartas do avô; cartas enviadas para, ou da cidade de Areia, Paraíba.
Montou seu ateliê em uma casa dos anos 50, no bairro City Lapa, São Paulo, onde produziu as cartas entintadas da instalação Lacrymatio (3).
Com o Grupo Mandacaru, participou da mostra “Cuba’ 91”, no Centro Provincial de Artes Plásticas y Diseño em Havana, Cuba.
Recebeu Menção Honrosa no Projeto Nascente, por um conjunto de desenhos da série Cartas de Areia, e participou da exposição Visualidade Nascente, no Museu de Arte Contemporânea em São Paulo. Recebeu Prêmio Especial no V Salão Municipal de Artes Plásticas de João Pessoa, que ocorreu no Núcleo de Arte Contemporânea, e participou do IV Salão Paranaense, no Museu de Arte Contemporânea, em Curitiba – PR.
1992
Voltou a morar no Recife, como professor de Paleontologia da Universidade Federal de Pernambuco.
Participou do III Workshop Berlin/Paraíba, sediado pela Fundação Espaço Cultural da Paraíba, com curadoria de Dieter Ruckaberle, então diretor da Staatliche Kunsthalle Berlin. Na ocasião, montou a instalação Espaço colonizado (4), composta por duas pilhas de objetos sobre estrados de madeira – uma de carimbos e outra de placas de casas esmaltadas – rodeadas por pinturas douradas sobre correspondências do avô paterno. Fez uma viagem pelo interior da Paraíba com o artista alemão Raffael Rheinsberg, o participante do workshop com quem Rufino manteve maior proximidade e que viria a reencontrar em 2006 na abertura de sua exposição, Plasmatio, em Berlim.
Participou do Programa de Exposições do Centro Cultural São Paulo, cujas mostras individuais aconteceram no Pavilhão da Bienal de São Paulo. Para tanto, montou instalação com máquinas de escrever e pinturas sobre colagens com cartas
e documentos mimeografados. Na mesma época produziu uma série de desenhos sobre Stêncil que não foram incluídos na mostra.
Voltou a apresentar trabalhos com máquinas de escrever e documentos de família, na exposição “Le Hors Là”, na Tour du Roi René em Marselha, França.
Recebeu o 1º Prêmio do Projeto Nascente II, organizado pelo Museu de Arte Contemporânea de São Paulo. Em decorrência, participou da mostra Visualidade Nascente II no referido museu.
Integrou o projeto Brazilian Contemporary Art, liderado por Charles Whatson, e teve uma de suas obras publicada em cartões postais pela editora Abacus.
1993
Fez parte da “Exposição franco-brasileira”, da associação Le Hors Là, no Núcleo de Arte Contemporânea em João Pessoa e, posteriormente, no Museu do Estado no Recife.
Participou do workshop de pintura da School of Visual Arts de Nova York, organizado por Henry Artis e realizado na Escola Massana em Barcelona, Espanha. Na ocasião, fez uma pequena série de Cartas de Areia, expostas na mostra das obras produzidas durante o workshop.
1994
Realizou mostra individual de fotografias no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente, em Cabedelo (PB). As 21 fotografias destacavam inscrições e desenhos nas paredes e angulações variadas de um antigo prédio onde funcionava a destilaria do Instituto do Açúcar e do Álcool.
Expôs trabalhos na inauguração do Centro de Artes Visuais Tambiá, em João Pessoa, onde ministrou vários cursos de escultura, e participou do I Salão MAM – Bahia de Artes Plásticas no Museu de Arte Moderna de Salvador.
Com um conjunto de obras em encáustica sobre páginas de livros parcialmente carcomidos por cupins, integrou a exposição “Um olhar sobre os trópicos” (5), do Projeto cumpliCIDADES, no Museu de Teixeira em Vila Nova de Gaia, Portugal.
Instalação variável (1995). Cadeiras antigas diversas. Documentação em fotografias polaroid feitas pelo artista.
1995
Realizou a exposição individual Respiratio (6), na Galeria Archidy Picado da Fundação Espaço Cultural em João Pessoa. A instalação variável era composta por gavetas de madeira e argamassa de gesso e cimento branco.
Apresentou a exposição Respiratio no Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco, em Olinda. Uma nova montagem da instalação e polípticos formados por pinturas em betume sobre papéis artesanais compunham a mostra.
Participou da exposição “Ecstasy up”, no Galpão do Varadouro (7) em João Pessoa, expondo pela primeira vez uma instalação com móveis de madeira empilhados e cilindros de gesso.
Participou da oficina de artes plásticas Visões da Borborema, no XX Festival de Inverno de Campina Grande (PB), sob a coordenação de Raul Córdula. Como resultado, montou um dos elementos da instalação Vociferatio (8) – uma escrivaninha presa em uma parede do Museu de Arte Assis Chateaubriand.
1996
Em janeiro, participou de exposição de artistas-professores no Centro de Artes Visuais Tambiá, em João Pessoa, com instalação variável composta por cadeiras de madeira (9).
Realizou a exposição individual Lacrymatio (10), no Espaço Cultural Sérgio Porto, Rio de Janeiro, sob curadoria de Cláudia Saldanha.
Integrou a exposição coletiva “Anos 80: artistas emergentes”, no Núcleo de Arte Contemporânea em João Pessoa, onde também participou da “Mostra 96”, que seguiu para o Museu Assis Chateaubriand, em Campina Grande.
Fez parte da exposição “Antarctica Artes com a Folha”, no Pavilhão Padre Manoel da Nóbrega, São Paulo, que teve como curadores Lisette Lagnado, Lorenzo Mammi, Tadeu Jungle, Nelson Brissac Peixoto e Stella Teixeira de Barros. Apresentou parte da instalação Jogo fenotípico (11), composta por cadeiras e cilindros de gesso.
Participou da exposição coletiva “Apocalipse XII”, uma leitura contemporânea do capítulo 12 do livro de São João Evangelista, no Centro Cultural São Francisco em João Pessoa, com curadoria de Gabriel Bechara.
Na oficina Visões do Cabo Branco (12), coordenada por Raul Córdula, no Espaço Cultural em João Pessoa, Rufino montou uma instalação com baldes de metal usados, cabides e roupas, e outra composta por uma cadeira, placas metálicas, uma fotografia sua e uma lâmpada pendente.
Integrou a exposição “Gerações: arte do Brasil contemporâneo”, na Referência Galeria de Arte, em Brasília.
1997
Coordenou o workshop de escultura “Coisas” no Festival Nacional de Arte/Fenart, na Fundação Espaço Cultural José Lins do Rêgo, em João Pessoa, tendo entre os participantes Marepe, Marcelo Coutinho e Paulo Meira.
Participou da exposição “Heranças contemporâneas”, no Museu de Arte Contemporânea de São Paulo, com curadoria de Katia Canton.
Convidado pela curadora Lillian Llanes Godoy, apresentou a instalação Lacrymatio na VI Bienal de Havana que teve por temática “O indivíduo e sua memória”, na Fortaleza de la Cabaña, em Havana, Cuba.
Participou da “Exposição dos docentes no Quartier 206 – Friedrichstadt Passagen” em Berlim, Alemanha, como resultado da Academia Internacional de Verão da Freie Kunstschule Berlin, da qual foi professor estrangeiro convidado.
Expôs na mostra “Kunst aus Brasilien”, no Ausstellungszentrum da Ernst-Moritz-Arndt-Universität em Greifswald, Alemanha, com curadoria de Sibille Badstübner e Tereza de Arruda, e na Galeria Barsicow, em Berlim.
Realizou exposição individual do Projeto Conexão 4, no Núcleo de Arte Contemporânea de João Pessoa.
Montou exposição individual na Galeria Vicente do Rêgo Monteiro da Fundação Joaquim Nabuco (13), no Recife, e integrou a mostra “Panorama da Arte Brasileira”, no Museu de Arte Moderna de São Paulo, com curadoria de Tadeu Chiarelli.
1998
Participou do workshop Pedras de Fogo, organizado pelo Centro de Artes Visuais Tambiá, em João Pessoa, e coordenado pelo artista plástico suíço Dadi Wirz, que resultou em exposição apresentada na mesma instituição.
Montou exposição individual Cartas de Areia, na galeria de Arte Contemporânea Adriana Penteado, em São Paulo. Para a exposição, foram selecionados 45 desenhos, entre quase três mil produzidos em dez anos de trabalho, além de 12 esculturas com raízes, livros e fragmentos de objetos de família.
Participou da exposição “Geração 90”, que contava com trabalhos recentes de artistas do projeto Antarctica Artes com a Folha, na Galeria Casa Triângulo e na Pinacoteca do Estado de São Paulo.
Apresentou, na III Bienal Barro de América Roberto Guevara, no Centro de Arte de Maracaibo Lía Bermudez, Venezuela, a instalação Vis formativa (14), inspirada na teoria homônima de Aristóteles que postulava sobre uma entidade capaz de semear vida no interior das rochas. A obra era composta por seis esculturas com raízes, sementes e excrementos recolhidos no sertão do Nordeste do Brasil, livros, papel, gesso e 21 plotter-gravuras.
Para o segmento brasileiro da Bienal de América Roberto Guevara ocorrido no Museu Brasileiro da Escultura de São Paulo, com curadoria de Fábio Magalhães, realizou nova obra baseada na teoria aristotélica: um livro aberto de 2,6 m de altura composto por argamassa de cimento branco, areia e excrementos de animais recolhidos no Sertão do Brasil sobre alvenaria de tijolos.
Participou do projeto Triângulo no Instituto Cultural Brasileiro em Berlim, com curadoria de Sônia Frey.
Recebeu o Prêmio Brasília de Artes Visuais do Museu de Arte de Brasília, por uma obra sem título com 32 objetos em madeira, onde estão encravados cartas, envelopes e blocos de anotações de seus familiares.
Realizou mostra individual intitulada Obliteratio na Galeria Ruben Valentin, Espaço Cultural 508 Sul, Brasília, composta por fotografias e objetos.
1999
Utilizou novamente um conjunto de Cartas de Areia no Museu do Brejo Paraibano, em Areia. Desta vez, a exposição reuniu um grupo de 15 monotipias azuis realizadas pelo artista sobre envelopes de família remetidos a seu avô. Essas monotipias foram produzidas à maneira das manchas elaboradas pelo psicanalista suíço Hermann Rorschach. Além das obras em papel, o artista criou uma série de intervenções diretas (15) no espaço do museu e em objetos, tanto da casa-grande quanto do engenho – moenda, tachos de rapadura, mobiliário e fotografias.
Participou, com outra série de Cartas de Areia, da exposição itinerante “XS/XL – Extra-small/Extra-large”, com curadoria de Nancy Betts, e esteve posteriormente no Museu Metropolitano de Arte de Curitiba, no Centro Cultural dos Correios do Rio de Janeiro, na Galeria Nara Roesler em São Paulo, e na Galeria Marina Potrich, em Goiânia (GO).
Participou da mostra “Identidades: artistas de América Latina y del Caribe”, na Galerie du Passage du Reux, em Paris.
Integrou a mostra “1500 via Pedro II – Coletivo”, no Centro Cultural São Francisco, em João Pessoa. Apresentou pequena instalação formada por duas esculturas de madeira e recortes de papel na parede, com curadoria de Fábio Queiroz.
Participou de exposição coletiva na Fundação Cultural João Pessoa.
Integrou a exposição “Nordestes” no Sesc Pompeia, em São Paulo, e participou da exposição “Entre eu e o mundo…”, no Museu de Arte Contemporânea de Goiânia (GO).
Participou da exposição de Arte Contemporânea da Paraíba no Museu de Arte Assis Chateaubriand, em Campina Grande, sob curadoria de Wellington Medeiros.
Fez parte da mostra coletiva “19 cabeças”, na Galeria Adriana Penteado, São Paulo.
Integrou a mostra “15 artistas dos Anos 90”, no Núcleo de Arte Contemporânea em João Pessoa.
Participou da Bienal de Artes Visuais do Mercosul, no DPREC em Porto Alegre, com a curadoria de Fábio Magalhães e Leonor Amarante. Montou, para a ocasião, a instalação Laceratio (16).
Recebeu Menção Honrosa do Conselho Estadual de Cultura do Governo do Estado da Paraíba por suas realizações no ano.
2000
Foi contemplado com a Bolsa Vitae de Apoio à Cultura com o projeto Obliteratio, para execução de 200 desenhos a partir de revisitações a lugares e paisagens do Nordeste, além da redação de textos de memória, que viriam, em parte e posteriormente, alimentar a construção do texto do romance Desviver.
Participou da mostra “Extremos”, no Centro Cultural São Francisco, em João Pessoa.
Apresentou uma segunda versão de Laceratio, no Projeto Origem, do Observatório Cultural Malakoff, Recife, com curadoria de Moacir dos Anjos. Nesta versão, os suportes utilizados foram livros fiscais do Porto do Recife.
Participou da exposição “Entre eu e o mundo…”, no Centro Cultural São Francisco, em João Pessoa, com curadoria de Divino Sobral.
Com a mostra “XS/XL – Extra-small/Extra-large”, expôs no Museu Universitário de Arte da Universidade Federal de Uberlândia, em Minas Gerais.
Foi indicado pela revista Bravo para participar da exposição “L’art dans le monde” – iniciativa da revista Beaux Arts – na galeria da Ponte Alexandre III, Paris. Essa exposição contou com cem artistas selecionados por 36 revistas de arte contemporânea.
Participou da exposição “O particular”, no Centro Cultural Cândido Mendes, Rio de Janeiro, com curadoria de Adriana Tabalipa, onde apresentou um conjunto de Cartas de Areia (18).
2001
Realizou mostra individual com desenhos e monotipias na Casa da Ribeira, Sala Petrobras, Natal, sob a curadoria de Gustavo Wanderley.
Participou da exposição “Autorretrato – espelho de artista” (19), no Centro Cultural FIESP em São Paulo.
Apresentou a instalação Murmuratio (20) em exposição individual no Museu Ferroviário de Vila Velha, Espírito Santo. A obra foi elaborada com documentos e móveis recolhidos em estações de trem do Espírito Santo.
Fez parte da exposição “Palavra-figura”, realizada no Paço das Artes, em São Paulo.
Integrou a exposição “Onde o tempo se bifurca”, no Centro Cultural São Francisco, João Pessoa, sob a curadoria de Divino Sobral.
Participou da I Bienal de Artes do Cariri em Juazeiro do Norte, que teve por curadora Dodora Guimarães.
2002
Montou a exposição individual Obliteratio, no Centro Cultural São Francisco, João Pessoa. Apresentou parte dos desenhos realizados durante a vigência da Bolsa Vitae.
Participou da Feira Internacional de Arte Contemporânea/Arco, em Madri, no stand da galeria Casa Triângulo.
Participou da XXV Bienal Internacional de São Paulo, com curadoria geral de Alfons Hug e curadoria do núcleo brasileiro de Agnaldo Farias. Montou a instalação Plasmatio (21), composta por monotipias à maneira de Rorschach sobre documentos relativos a desaparecidos políticos brasileiros, móveis de imbuia, caixas de madeira, carimbos e fios. Para esta exposição realizou intensa pesquisa sobre a história recente do país, viajou a diversos estados brasileiros, consultou documentos, fez contatos com familiares de presos políticos, visitou locais, resgatou cartas, papéis, fragmentos de uma história de perdas que ele entendeu como Saudade, embora não tenha utilizado esta palavra para nomear a instalação.
Participou do Programa de Residência de Artistas Contemporâneos Faxinal das Artes, realizado na vila Faxinal do Céu (PR), com curadoria de Agnaldo Farias e Fernando Bini e consultoria de Christian Viveros-Fauné. Como consequência, integrou a exposição homônima no Museu de Arte Contemporânea do Paraná, Curitiba.
Expôs na mostra “Caminhos do contemporâneo”, no Paço Imperial do Rio de Janeiro, com curadoria geral de Lauro Cavalcanti e indicação de Moacir dos Anjos e Cláudia Saldanha.
Realizou a exposição individual Memento mori (22), no Espaço Cultural Sérgio Porto, Rio de Janeiro, com curadoria de Moacir dos Anjos. A instalação, realizada por ocasião do Projeto Curador Visitante, foi composta por monotipias à maneira de Justinus Kerner e Hermann Rorschach em molduras antigas e num estrado de cama.
Participou da exposição Versteigerung, na Freie Akademie für Kunst, Berlin, com curadoria de Stefan Halbscheffel.
Sudoratio, primeira montagem.
2003
Participou da exposição “Pele, alma”, no Centro Cultural Banco do Brasil, em São Paulo, com curadoria e texto de Katia Canton.
Integrou a exposição “Fragmentos a seu ímã – obras-primas do MAB”, no Espaço Cultural Contemporâneo Venâncio/ECCO em Brasília, com curadoria de Adolfo Montejo Navas, e a exposição “7 pinturas”, na galeria Adriana Penteado Arte Contemporânea, em São Paulo.
Participou da exposição “Heterodoxia” no Museu Metropolitano de Arte de Curitiba (PR), na Galeria Marta Traba do Memorial da América Latina, em São Paulo, e na Galeria da Faculdade de Artes Visuais, em Goiânia.
Realizou a direção de arte do filme Transubstancial – curta-metragem em 35mm, dirigido pelo cineasta Torquato Joel – pela qual foi premiado no 10º Festival de Cinema de Vitória, Espírito Santo. O filme faz uma leitura da obra do poeta paraibano Augusto do Anjos, a partir de fragmentos de seus poemas.
Realizou exposição individual no Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães, Recife, com curadoria de Moacir dos Anjos. A mostra compreendeu o maior conjunto de obras até então agrupadas. Reuniu as instalações Sudoratio – instalação inédita idealizada em 1997 e efetivada para a exposição – Plasmatio e Lacrymatio, além de grupos de desenhos da série Cartas de areia e conjuntos de monotipias sobre notas fiscais e fichas do INSS.
Série de desenhos com restos de livros, 2004 (nunca exposta). Realizados no ateliê da Praça Antenor Navarro. Acervo José Rufino.
2004
Montou exposição individual no Museu Oscar Niemeyer em Curitiba (PR), sob curadoria de Moacir dos Anjos, como itinerância da mostra organizada pelo Museu da Arte Moderna Aloísio Magalhães. Esta edição foi acrescida da instalação Memento mori.
Participou da exposição “Visões espanholas/poéticas brasileiras”, no Conjunto Cultural da Caixa em Brasília, com curadoria de Adolfo Montejo Navas.
Integrou a exposição “Memórias heterogêneas” (24), no Centro Cultural Oduvaldo Vianna Filho, Rio de Janeiro, com curadoria de Marcelo Campos e obras de Farnese de Andrade, Efrain Almeida e Renato Bezerra de Mello.
Participou da exposição “Para ver de(s)perto”, na Galeria da Faculdade de Artes Visuais de Goiânia, com curadoria de Carlos Sena.
Fez parte da exposição “Bienais: um olhar sobre a produção nacional”, na Galeria Bergamim em São Paulo, com curadoria de Leonor Amarante.
Voltou a integrar a mostra “Heterodoxia”, desta vez na Casa Porto das Artes Plásticas em Vitória; no Centro Cultural Dragão do Mar, em Fortaleza; na Galeria de Arte Paulo Darzé em Salvador; e no Museu de Arte de Florianópolis.
Participou da exposição “Heterodoxia – edição latino-americana”, na Galeria Marta Traba do Memorial da América Latina, em São Paulo.
Expôs na Galeria Virgílio em São Paulo, na mostra “BR 2004”.
Participou da VI Bienal Barro de América Roberto Guevara, no Centro de Arte de Maracaibo Lía Bermudez, na Venezuela.
Integrou a exposição “Narrativas – desenho contemporâneo brasileiro”, no Centro Cultural São Francisco, em João Pessoa.
Integrou a exposição Coleção Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães/ doações 2001-2004.
Monotipia à maneira de Rorschach, têmpera sobre papéis antigos.
2005
Participou do Festival Vida & Arte em Fortaleza, na mostra de artes visuais “Nordeste: fronteiras, fluxos e personas”, realizada no Centro Cultural Banco do Nordeste, com curadoria de Luíza Interlenghi e da exposição coletiva “Visível – legível”, na Galeria de Artes Antônio Sibasolly, Anápolis (GO), com curadoria de Divino Sobral.
Realizou a mostra individual Incertae sedis (25), no Museu de Arte Contemporânea de Niterói, com curadoria de Luiz Guilherme Vergara e Cláudia Saldanha. A exposição contou com séries de desenhos, objetos e com as instalações Sudoratio e Plasmatio, tendo esta última sido ampliada com novas monotipias sobre papéis relacionados a desaparecidos políticos, recolhidos em Niterói e no Rio de Janeiro.
Integrou a mostra “Pluralia, tantum”, na galeria Marina Potrich, em Goiânia.
Participou da mostra “Umas – grafias”, com a obra Percolatio (26), e realizou a exposição individual “Axioma” (27), ambas na Galeria Amparo 60, no Recife.
Integrou a mostra “Jogo da memória”, no Museu de Arte Moderna, com curadoria de Franklin Pedroso, e a mostra “Limite como potência”, no Museu Nacional de Belas-Artes, sob curadoria de Paulo Herkenhoff e Luíza Interlenghi – ambos no Rio de Janeiro.
Integrou a mostra “Nanoexposição”, na Galeria Murilo Castro, Belo Horizonte.
Vista da instalação Lacrymatio durante a Bienal de Havana.
2006
Participou da arteBA, 15 Feria de Arte Contemporáneo, em La Rural, Pabellones Amarillo y Rojo, em Buenos Aires, através da Galeria Virgílio.
Realizou, na condição de diretor de arte, o curta Gravidade, gravado em João Pessoa, em 35mm, com o diretor Torquato Joel e Walter Carvalho como diretor de fotografia.
Fez parte da mostra “5x5”, Casa da Ribeira, em Natal (RN).
Participou da exposição “Ver=ler”, na Galeria da Faculdade de Artes Visuais UFG, em Goiânia, e integrou a exposição “Lugar plano no Espaço Cultural Contemporâneo – ECCO”, em Brasília, esta última sob curadoria de Divino Sobral.
Realizou exposição individual na Embaixada do Brasil em Berlim, através do Programa Copa da Cultura, sob curadoria de Luiz Camillo Osório.
Participou da exposição “Paisagem bruta”, na Galeria Virgílio, em São Paulo, com curadoria de Luiz Camillo Osório, e da mostra “Geração da virada: 10+1 = os anos recentes da arte brasileira”, no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo, com curadoria de Agnaldo Farias e Moacir dos Anjos.
Integrou a exposição “Desenho contemporâneo”, na galeria MCO Arte Contemporânea, no Porto, em Portugal, sob curadoria de Marcelo Campos, e a exposição “Primeira pessoa”, no Itaú Cultural, em São Paulo, sob curadoria de Agnaldo Farias.
2007
Participou da Primeira Bienal del Fin del Mundo, realizando no antigo presídio de Ushuaia, Argentina, a obra Lex oblivionis (28), composta por camas cortadas e inseridas em seis das pequenas celas do presídio onde estiveram presos comuns e importantes presos políticos. Retomou assim o tema que o moveu durante a projeto e montagem de Plasmatio e que tem raízes na sua vivência familiar e nos eventos políticos pós golpe de 1964. Recolheu materiais e fotografou detalhes de cenas de fotografias antigas do presídio que seriam depois utilizados no vídeo Miriorama.
Participou da ArteBA, 16 Feria de Arte Contemporáneo, em La Rural, Pabellones Amarillo y Rojo, Buenos Aires, através da Galeria Virgílio.
2008
Iniciou uma nova frente de trabalhos com mobiliário de metal, cujo primeiro produto de maior proporção é a instalação Náusea (29), composta por um agrupamento geométrico de escrivaninhas, arquivos de diversos tipos e monotipias à maneira de Rorschach e primeiramente exposta no Centro Cultural do Banco do Nordeste, em Sousa (PB).
Fez parte da mostra coletiva “Desenho em todos os sentidos”, durante o Festival de Inverno 2008, no SESC Nova Friburgo, em Petrópolis, Teresópolis e Rio de Janeiro.
Participou da exposição “Heteronímia Brasil”, no Museu da América em Madri, sob curadoria de Adolfo Montejo Navas.
Participou da exposição internacional “Diálogo intercultural”, no Núcleo de Artes e Cultura da UFRN, em Natal (RN), com curadoria de Teresa de Arruda.
Participou da mostra “Superfícies da memória”, com curadoria de Lisbeth Rebolo e Sylvia Werneck, no Museu de Arte Contemporânea de São Paulo. Para a mostra, criou nova versão da obra Náusea.
2009
Na Usina Cultural Energisa, em João Pessoa, participou da exposição “Cartas/trajetos” com a obra Autorretratos, da série Cartas de areia, com curadoria de Bitu Cassundé.
Na mostra “Memorial revisitado, 20 anos”, ocorrida no Memorial da América Latina/Galeria Marta Traba, em São Paulo, apresentou a instalação Léthe (30), com curadoria de Ângela Barbour e Fernando Calvozo.
Representado pelas galerias Virgílio e Amparo 60, participou da SP-ARTE/Feira Internacional de Arte de São Paulo.
Com curadoria de Philippe Daverio, Elena Agudio e Phelippe Blachaert, apresentou a obra Náusea 2010, criada pelo artista especialmente para mostra “Las Américas Latinas – las fatigas del querer”, no Spazio Oberdan, em Milão, na Itália.
Participou da exposição “Saccharum BA”, no Museu de Arte Moderna da Bahia em Salvador, com curadoria de Alejandra Muñoz, expondo 60 desenhos da série Cartas de areia.
Em julho, a obra Timidus (31), composta por uma cama modificada exposta na parede, integrou a mostra “Alcova”, na Galeria Laura Marsiaj – Arte Contemporânea, no Rio de Janeiro. A curadoria foi de Marcelo Campos.
Em setembro, voltou a expor na Itália, no Palazzo dei Congressi, em Pisa, com “Mind the brain, an experimental exhibition”, que contou com curadoria de Elena Agudio. Apresentou a obra inédita “Rorschach mind test for barbaric subversion”, trezentas gravuras à maneira de Rorschach sobre papéis preparados em tipografia.
O conjunto de obras que integrou “Sertão contemporâneo” – Quimera (32) e cinco desenhos de técnica mista sobre papel parafinado – foi exposto na Caixa Cultural de Salvador (BA), com curadoria de Marcelo Campos.
Com um novo Sudoratio, participou da exposição “Linha orgânica”, na Galeria Amparo 60, no Recife, com curadoria de Ana Maria Maia.
Na Galeria Virgílio, em São Paulo, participou da mostra “Múltiplos e pequenos formatos”.
No final de 2009, ganhou o prêmio Bolsa Funarte de Criação Literária, com o projeto de um romance intitulado Desviver.
2010
Iniciou o ano trabalhando intensamente na produção de duas exposições individuais e escrevendo o romance Desviver.
Expôs Faustus, uma grande instalação, representando um ser de 22m construído em gesso e peças antigas de madeira e móveis, no Palácio da Aclamação em Salvador, com curadoria de Marcelo Campos. Como em todos os seus grandes projetos de instalação, caminhou pela cidade de Salvador, conhecendo suas vielas, feiras, entranhas e personagens. Escreveu um texto sobre este encontro.
Na Galeria de Arte Contemporânea Casarão, em Viana (ES), montou a exposição individual Silentio, apresentando uma grande instalação construída com restos de móveis e pedaços de madeira recolhidos pelo artista, após a enchente que inundou a cidade de Viana. Além dessa obra, produziu uma performance/instalação em que utilizou uma cadeira antiga recoberta por lama e sedimentos do rio Santo Agostinho. A curadoria foi de Neusa Mendes.
Performance-instalação em Viana, Espírito Santo.
Produziu o vídeo Myriorama 3, apresentado durante a mostra Silentio, em Viana.
Passou a ser representado pela Galeria Millan, de São Paulo.
Em abril, inaugurou mais uma exposição individual, no The Andy Warhol Museum, em Pittsburgh, EUA, intitulada “Blots & figments”, com curadoria de Jessica Gogan. A mostra foi composta por 78 obras, com monotipias à maneira de Rorschach sobre papéis relacionados à vida de Warhol e papéis originais do legado do artista, com detalhes reimpressos de seus Rorschachs, sobre jornais antigos e documentos de parentes e pacientes com Alzheimer.
Produziu e apresentou o vídeo Myriorama II, criado a partir de pesquisa sobre fotos antigas de Pittsburgh realizada pelo artista em 2009.
Participou, com a obra Quimera e desenhos, da exposição “Preto no banco – do concreto ao contemporâneo”, na Galeria Berenice Arvani, em São Paulo, com curadoria de Celso Fioravante.
Integrou a mostra “Jogos de guerra – confrontos e convergências na arte contemporânea brasileira”, na Galeria Marta Traba do Memorial da América Latina, em São Paulo, com curadoria de Daniela Name.
Participou da exposição “Come-in” com a obra Memento mori, no Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba, sob curadoria de Renate Goldmann.
Concluiu a primeira versão do livro Desviver, cuja reprodução foi enviada ao Centro de Programas Integrados.
Recebeu a Bolsa Funarte de Criação Literária, no final de janeiro.
Representado pela Galeria Millan, participou da SP-ARTE / Feira Internacional de Arte de São Paulo e da Art Basel 2010 em Basiléia, na Suíça.
Na Fundação Vera Chaves Barcellos, com curadoria de Vera Chaves Barcellos, integrou a mostra “Silêncios e sussurros”, em Viamão (RS).
A instalação Náusea foi exposta, inaugurando a Sala Nordeste no MinC, no Recife, com curadoria de Marcelo Campos.
Participou da mostra “Paralela 2010” com a obra Nostrum spiritus rebellis. Nostrum spiritus domitus, sob curadoria de Paulo Reis, no Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo.
Ganhou o Prêmio Bravo! Prime de Cultura de Melhor Exposição, com Faustus, instalação apresentada no Palácio da Aclamação, em Salvador (BA).
Em dezembro, participou da Art Basel, em Miami, EUA, com duas vitrines intituladas Aenigma 1 e 2.
Realizou a quinta exposição individual deste ano – Aenigma –, na Galeria Millan, em São Paulo, com 14 obras inéditas.
2011
Em março, participou da exposição coletiva Projeto ideal, no Centro Cultural São Paulo, com as obras Aenigma 3, Effugium e quatro gravuras intituladas Morbus 5 a 8, sob curadoria de Sandra Cinto.
Expôs a obra 28.01.79 no 12º Festival de Areia, em Areia-PB, no Ponto de Cultura, que ocupa atualmente o casarão que pertenceu a sua família. Escolheu como título da obra, a data da morte do avô e a instalou no mesmo local onde ele foi velado. Usou suas próprias medidas para compor o corpo composto por rochas recolhidas nas terras de seus antepassados.
Produziu a grande instalação Divortium Aquarum, (em latim, designa o espaço geográfico de separação de águas), como artista convidado do Prêmio Energisa Artes Visuais, na Usina Cultural, em João Pessoa-PB. A instalação foi desenvolvida com o mesmo princípio que norteia a maior parte das obras do artista, a apropriação e transmutação de memórias locais, socioculturais e políticas.
Para a exposição realizou pesquisas sobre a história do bairro onde está instalado o complexo cultural, antigamente chamado Cruz do Peixe, visitou vilas de pescadores em João Pessoa, Cabedelo, Lucena e outros municípios litorâneos, resgatou histórias, velhos barcos e materiais e escreveu uma espécie de diário de bordo narrando essas incursões.
Em Divortium Aquarum, há uma auto-representação (em gesso e resina) do artista em tamanho natural, que nos remete à figura de “um timoneiro ou guia dos barcos, um separador de águas.”
Durante a mostra DIvortium Aquarum, que contou com um texto de apresentação do crítico Fernando Cocchiarale, foi desenvolvido um projeto didático, com produção de cartilha, material para alunos de escolas públicas, visitas guiadas e debates.
2012
Participou da SP-Arte, no stand da Galeria Millan. Para a apresentação de Divortium Aquarum na Sala A Contemporânea, Centro Cultural Banco do Brasil, do Rio de Janeiro dedicou-se à difícil tarefa de transportar peças de grandes dimensões, à montagem da instalação e ao desafio de içar os barcos para o terceiro andar do edifício, o que, feito à noite, gerou imagens surreais, captadas pelo artista e pelo fotógrafo brasileiro Walter Carvalho. Assim como da primeira montagem de Divortium Aquarum, visitou comunidades de pescadores e resgatou materiais náuticos e barcos para anexar à instalação.
2013
Realizou a mostra individual Violatio, no Museu Brasileiro da Escultura, São Paulo, sob curadoria de Tereza de Arruda, reunindo principalmente esculturas e objetos ligados a temas recorrentes de sua produção, como opressão, tortura, solidão, justiça e conflitos sociais
Fez expedições de pesquisa e coleta de materiais às regiões onde aconteceram conflitos agrários entre membros das Ligas Camponesas e proprietários rurais no Estado da Paraíba, ocorridos pouco tempo antes do Golpe Militar de 1964. A pesquisa gerou a obra Lexicon silentii, um conjunto de cinquenta pedras e restos de alvenaria de antigas casas das regiões visitadas. Rufino recolheu os fragmentos a partir de questionamentos com moradores locais sobre a existência de restos de casas da época das Ligas Camponesas. A obra participou da exposição “Cães sem plumas”, primeiramente na Galeria Nara Roesler, São Paulo, e depois no Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães, em Recife, com curadoria de Moacir dos Anjos.
2014
Participou de feiras de arte e mostras coletivas e desenvolveu especialmente dois projetos principais, sendo um para a 3ª Bienal da Bahia, cuja obra maior foi mostrada no pátio do Arquivo Público do Estado da Bahia, em Salvador, com curadoria de Ana Pato. Colecionador compulsivo, primeiro de pedras, depois de peças antigas, instrumentos, palmeiras e dicionários, sempre atraído por espaços de acumulação, o artista envolveu-se mais uma vez com o tema, produzindo além da instalação, o conto Arquivo. Outro processo resultou na obra Sublimatio, produzida para a Bienal do Barro, que ocorreu em Caruaru, Pernambuco, bienal idealizada pelo artista Carlos Melo e com curadoria de Raphael Fonseca. Na obra que remete à tortura, Rufino usou um “camelo”, corda de grande espessura utilizada nas embarcações e resgatada quando da época da produção de Divortium Aquarum, e utilizada em outras obras do artista.
2015
Publicou seu primeiro livro de literatura, Afagos, coletânea de micro e pequenos contos pela editora Cosac Naify. Afagos reúne contos que giram em torno de situações-limite. Nos fragmentos líricos, o autor pinta pequenos quadros feitos de abandono, arrependimento, desilusão, culpa, medo, saudade, rancor, paixão, inveja ou desrespeito.
Realizou a mostra Dogma, na Central Galeria de Arte, São Paulo, fazendo uma revisão de seus pressupostos estéticos e políticos, para comemorar seus 30 anos de atividades artísticas. Para esta mostra escreveu o conto Gravura.
Realizou uma temporada de residência artística no Instituto Politécnico do Porto, Portugal, resultando em uma mostra individual, Encarnação, no Palácio da Aclamação, na mesma cidade. O processo teve a curadoria e acompanhamento da curadora e professora Fátima Lambert. Rufino viajou pela Galícia e norte de Portugal para levantar dados e coletar materiais para a elaboração das obras. Produziu desenhos sobre estampas de livros de anatomia, objetos com móveis antigos, monotipias sobre papéis antigos manuscritos e uma pintura, num total de 76 obras. Conferiu palestras para turmas de arte do Politécnico e da Escola de Belas Artes, bem como participou de mesa redonda no Politécnico.
Em março aconteceu a visita de Ricardo Pessoa de Queiroz, Bruna Pessoa de Queiroz, Bárbara Maranhão e Gileno Machado ao ateliê de José Rufino, em Bayeux, Paraíba, com a intenção inicial convida-lo a conhecer a Usina Santa Teresinha, em Pernambuco, e avaliar a possibilidade de um projeto de escultura de Rufino para os jardins do espaço. Na ocasião, Rufino chegou a apresentar duas propostas, sendo uma de escultura de concreto, uma espécie de obelisco, e outra um labirinto feito com sebes de plantas vivas. As duas propostas seriam temporariamente abandonadas por Rufino depois de sua visita à Usina.
Entre 11 e 13 de julho aconteceu a primeira visita de Rufino à Usina para conhecer os jardins, os edifícios e materiais da antiga unidade de açúcar e álcool e a vila de Santa Teresinha, o que viria a alterar a ideia inicial de construção de uma obra escultórica. Impressionado com as condições sociais de Xexéu, Água Preta e Campestre, Rufino imagina outra configuração de projeto, com artistas residentes, e sugere uma proposta de intervenção social, de transformação das comunidades do entorno através de séries de ações de arte, um completo e complexo programa a ser iniciado a partir de contatos com diretores e professores de escolas da região. Com Ricardo, Bruna e Bárbara, passam, portanto, a alimentar a ideia de trazer outros artistas para contribuir com a Usina e levar para a comunidade local a oportunidade de aprendizado das diversas possibilidades do mundo das artes, de despertar nos jovens a criatividade adormecida por séculos de monocultura.
Uma semana depois da primeira visita, Rufino iniciou seu programa de residência no antigo Hangar. Rufino acompanhou a retirada de tratores, restos de motores e peças mecânicas do Hangar, ao mesmo tempo falou sobre arte com os trabalhadores e contou as habilidades de Ronaldo e Linguão para produzir esculturas com funis, catracas, porcas, parafusos, tamboretes, cadeiras, eixos de tratores, modelos de madeira para fundição e facões de corte de cana. Acompanhou e sugeriu as restaurações no Hangar. Entre 30 de julho e 03 de agosto aconteceu a terceira estadia de Rufino na Usina, quando aconteceu a proposição para o desenvolvimento de um projeto que aliasse arte e meio ambiente para uma transformação econômico-social da região.
No dia 02 de agosto aconteceram as primeiras visitas de moradores das comunidades de Santa Teresinha e Olaria ao Hangar para conhecer as obras produzidas e os trabalhos de produção de outras.
Entre 14 e 17 de agosto Rufino realizou o quarto momento de produção de obras no Hangar. Séries de monotipias sobre fichas da Usina foram montadas nas paredes e trechos da obra do Rio Jacuípe foram organizados para Ronaldo soldar.
Em 28 de agosto Rufino chega ao Hangar para a quinta etapa da residência e conclusão da montagem da obra “Rio Jacuípe” na parede lateral do Hangar.
Em 13 de novembro José chegou à Usina com seu assistente para uma estadia de 11 dias. Trabalha em vários projetos, especialmente na instalação “Ligas”, e na produção do Festival.
No dia 20 de novembro, durante o encerramento do Festival Arte na Usina, José Rufino fez, nas dependências da Usina, mais uma série de monotipias de mãos de ex-funcionários da Usina, para a obra Opera hominum.
2016
No dia 20 de janeiro José Rufino montou e soldou, com a ajuda de Ronaldo e Valdir Laurentino, este último seu assistente, mais um conjunto de facões usados no corte da cana para a versão ampliada da instalação “Ligas”.
Já como curador da Usina de Arte, convidou e acompanhou o artista Carlos Melo para realizar residência na Usina e produzir obra comissionada para a coleção do Parque Artístico-botânico da instituição.
Em 23 de janeiro José Rufino realizou mais uma série de monotipias de mãos de ex-funcionários da Usina sobre folhas de pagamento coletivas. Rufino intitulou essa obra de Opera hominum, mas não encerrou seu processo, pois pretende documentar a maior quantidade possível de mãos de ex-funcionários. Recebeu um convite do curador Vilmar Madruga para integrar uma mostra coletiva, agendada para o dia 19 de abril, na Galeria de Arte da Universidade Federal Fluminense, Niterói, junto com os artistas Artur Barrio, Rivane Newschwander, Nelson Félix, Luiza Baldan, David Cury, Raquel Versieux, Rosangela Rennó, Brígida Baldar e Marila Dardot. Rufino propõe o conjunto de 21 monotipias da série Opera hominum, sendo a primeira obra do projeto Usina de Arte a integrar uma exposição fora da Usina. O conjunto da mostra tem 21 monotipias (38,7X80cm cada; políptico de 621X1,37cm).
Em 10 de junho José Rufino levou à Usina alunos dos cursos de graduação em Artes Visuais da UFPB e pós-graduação em Artes Visuais UFPE e UFPB. Eles realizam uma visita à Vila Santa Terezinha, especificamente à nova Quadra Poliesportiva, para reconhecerem e analisarem o espaço onde ocorrerá a atividade Experimento Sobre Arte Contemporânea no dia seguinte, no formato de uma aula-experimento pública em torno de 26 obras icônicas da arte dos séculos XX e XXI, reproduzidas em painéis e montadas em andaimes, bem como um Cadáver Esquisito, jogo dos surrealistas com desenhos coletivos. Em seguida Rufino apresentou a palestra “Processos de Criação: do íntimo ao outro”, discorrendo sobre vertentes do seu trabalho desde os anos oitenta, culminando com os processos desenvolvidos na Usina, as obras Ligas e Opera Hominum.
2017
O artista iniciou o ano com duas exposições individuais na cidade do Porto, Portugal, a primeira inaugurada no dia 27 de janeiro, na Quase Galeria e a segunda, no dia 27 de fevereiro no Museu Nacional Soares dos Reis, ambas sob a curadoria da Dra. Maria de Fátima Lambert, ampliando os laços do artista com a cidade do Porto, cidade que instiga o gosto do artista pelos achados antigos, e onde ele sempre garimpa papéis amarelados, molduras e móveis usados para suas obras.
José Rufino foi contemplado com o Prêmio Mário Pedrosa, Artista Contemporâneo, conferido pela Associação Brasileira de Críticos de Arte – ABCA, recebido em 23 de maio durante cerimônia de premiação no teatro do SESC Vila Mariana, São Paulo.
Entre 15 de julho e 16 de setembro participou da Bienal Internacional de Cerveira 2017, em Portugal, com curadoria de Fátima Lambert.
Continuou trabalhando no projeto Usina de Arte, com a implantação de complexo cultural com jardim botânico e grandes obras de arte contemporânea comissionadas.
Assumiu a curadoria, com Fábio Delduque, do Festival Arte na Usina, Safra 2017.
Responsável pela idealização e curadoria do programa internacional de residências literárias da Usina de Arte, que teve início em julho de 2017 com a residência de José Luiz Passos.
Realizou, como parte da programação do Festival Arte na Usina – Safra 2017, a curadoria da mostra de individual de Paulo Bruscky, montada no antigo escritório da usina.
Durante a semana do Festival Arte na Usina – Safra 2017, coletou cinzas da queimada de canaviais no município de Campestre, Alagoas, e produziu os primeiros conjuntos de monotipias à maneira de Rorschach usando esse material, transformado em têmpera. Cada políptico feito sobre cartões de controle de férias de ex-operários da Usina Santa Teresinha recebeu o título de “Eito”. O uso das cinzas abriu uma nova janela de ação de Rufino com as manchas de Rorschach, que passaram a oferecer a possibilidade de sobreposição de tintas “contaminadas” com alguma história, assim como já acontecia com a grande maioria dos suportes, normalmente documentos prescritos.
Com a obra Intentio Animae, obra em que se apropria de cadeiras e outros elementos do cotidiano, integrou a Ready Made in Brasil, mostra que comemorou o centenário do readymade de Marcel Duchamp, com curadoria de Daniel Rangel no Centro Cultural do SESI São Paulo.
Em 17 de novembro com a abertura da exposição Contraponto, teve suas obras pertencentes ao acervo do colecionador Sérgio Carvalho, expostas no Museu Nacional da República, em Brasília, com curadoria de Tereza de Arruda.
Realizou a vídeo-escultura Insolentia para o XX Panorama da Arte Brasileira, Museu de Arte Moderna, São Paulo.
2018
Nos primeiros dias do ano, Rufino iniciou o processo de pesquisa para produção de um múltiplo para o Clube da Gravura do Museu de Arte Moderna de São Paulo, convidado pelo curador Felipe Scovino.
Dedicou parte do mês à preparação dos conjuntos de facões soldados da segunda versão da obra Ligas.
Participou da exposição inaugural da Galeria Clima, no espaço Casa, Rio de Janeiro, com curadoria de Maurício Lima.
Voltou a se envolver com Arte Postal retomando o entusiasmo dos anos de 1980. Produziu e enviou obras para várias exposições internacionais. Este retorno às origens,
o levou a uma busca nos escaninhos esquecidos e ao desejo de retomar antigos trabalhos e montar uma exposição que juntasse essas obras de pequenas dimensões aos desenhos e colagens produzidos atualmente.